Dies Irae
Apetece cantar, mas ninguém canta.Apetece chorar, mas ninguém chora.Um fantasma levantaA mão do medo sobre a nossa hora.Apetece gritar, mas ninguém grita.Apetece fugir, mas ninguém foge.Um fantasma limitaTodo o futuro a este dia de hoje.Apetece morrer, mas ninguém morre.Apetece matar, mas ninguém mata.Um fantasma percorreOs motins onde a alma se arrebata.Oh! maldição do tempo em que vivemos,Sepultura de grades cinzeladas,Que deixam ver a vida que não temosE as angústias paradas!Miguel Torga in "Cântico do Homem" 1950
Autor da Imagem: Luis Gonzaga Batista
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