27 dezembro 2008

A Vida Num Sopro




Acabei de ler “A vida num sopro” de José Rodrigues dos Santos e posso dizer que fiz uma bela viagem no tempo. Recuei ao ano de 1929 para conhecer Luís, um jovem transmontano que estuda no liceu de Bragança e que se apaixona por Amélia, uma menina de olhos cor de mel.


Este livro tem como base a história de amor entre Luís e Amélia, dois jovens estudantes cujo amor vai crescendo e enfrentando muitas dificuldades. De inicio a mãe de Amélia opõe-se ao relacionamento da filha, depois a vida vai pregando algumas partidas: separações, reencontros, surpresas, um crime, as teias de PVDE, a Guerra Civil Espanhola, enfim, vicissitudes próprias dos tempos conturbados que se viviam na altura.

Eu sei que quando se aconselha a leitura de um livro não se deve dizer muito, mas gostei tanto de ler este livro que não resisto a contar mais um pouquinho. Não vou contar a história, porque isso José Rodrigues dos Santos faz com mestria no livro, vou só relembrar os mais “distraídos” que os anos 30 foram muito agitados, em termos político/sociais. António de Oliveira Salazar tentava organizar Portugal, impondo a ordem e o respeito, para isso contava com a ajuda da pevide… cof … cof, quer dizer, PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado) cuja missão era silenciar a vozes opositoras do governo cof… cof… cof, desculpem, cujo objectivo era fazer cumprir a lei da moral e dos bons costumes.
Mas convém salientar que este livro é, acima de tudo, um retrato social de Portugal entre 1929 e 1939. São espectáculos no Parque Mayer e filmes no São Luíz Cine, são vidas que se cruzam, emoções que se vivem.
Um romance para ler com prazer!


Sobre o autor:
José Rodrigues dos Santos nasceu em Moçambique, actualmente é professor na Universidade Nova de Lisboa, também é jornalista e apresentador do Telejornal na RTP. Já trabalhou na Rádio Macau, na BBC e foi colaborador permanente na CNN. É um dos jornalistas portugueses mais premiados e já publicou seis romances.

2 comentários:

Bunny disse...

"Amélia de olhos cor de mel.." faz lembrar a Amélia do Eca de Queiroz que se apaixona pelo Padre Amaro. O livro parece ter uma história interessante! =) jinhos

Giovani Iemini disse...

boa dica!
[]s