27 junho 2013

As Luzes Brancas de Paris


" O futuro torna-se um abismo. Não pensava nele, não acreditava em nada. O mundo morria todas as noites, renascia todas as manhãs."




Este livro retrata a luta que uma família da alta sociedade trava para saír da pobreza gerada pela entrada da Rússia na guerra.

Em Fevereiro de 1917 os campos estão abandonados, porque os homens foram recrutados para a guerra. A escassez de alimentos e a fome apodera-se da população campestre que se revolta contra os burgueses que vivem resguardados no interior dos seus belos palacetes (Revolução Bolchevique).
A violência na cidade de Petrogrado atinge níveis inimagináveis e a família Ossoline vê-se obrigada a procurar um lugar mais seguro para viver. Quando sente na alma a dor do cruel assassinato do seu pai, Xénia, a filha mais velha do casal Ossoline, vê-se forçada a iniciar uma fuga muito perigosa, mas emergente. De si, dependem as vidas dos irmãos mais novos e da sua frágil mãe.

É também um retrato da sociedade europeia durante o periodo nazi. Entre Berlim e Paris, sente-se o pulsar da moda, a emancipação feminina, a ascenção de Hitler, a perigosa convivência com os nazis, o cerco aos judeus, a deshumanização da sociedade.

Theresa Révay (a autora do livro) tem uma narrativa impressionante, dura, cruel e tão envolvente que o leitor sente a constante necessidade de saber como e quando encontrará Xénia a paz que tanto procura, o amor que tanto deseja, a vida que merece. É possível que termine esta leitura com uma grande admiração pelo caracter de Xénia Ossoline, a russa que não se resigna.

Patriotismo.
Dignidade
Amor


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